“Xixi na cama” após desfralde? Pode ser enurese noturna!
Postado em: 09/01/2019
Sabemos que o desfralde diurno e noturno exigem diferentes tipos de atenção e disciplina da criança, sendo no caso do diurno um processo muito menos trabalhoso do que no noturno, mas por que?
Isso acontece pois durante o desfralde diurno a criança se encontra acordada, o que facilita que ela tome consciência de suas funções fisiológicas, fazendo com que o desfralde diurno leve menos tempo. O noturno, por sua vez, tende a ser mais trabalhoso e durar um período muito mais longo e com negativas constantes, pelo fato da condição exigir muito mais condicionamento e preparo neurológico da criança.
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Sendo assim, o processo do desfralde diurno pode durar em média de um a dois meses na maioria das crianças, sendo completamente natural ter alguns “escapes” de vez em quando, mesmo depois desse período. Já o noturno é mais demorado, a maioria das vezes durando de seis meses até um ano, a partir do momento em que a criança começa a acordar com a fralda seca.
Esses “escapes” durante a noite são completamente comum até os 5 anos de idade. Afinal, o sistema urinário da criança ainda não está totalmente amadurecido, sendo um processo ainda mais lento no caso de crianças com síndrome de Down. Porém, após este período, os pais devem ficar atentos, pois pode se tratar de uma condição conhecida como enurese noturna.
A enurese noturna é um distúrbio muito comum na infância, que se caracteriza pela perda involuntária de urina pelo menos duas vezes por semana durante o momento em que a criança está dormindo, após o período padrão de desfralde noturno em crianças a partir dos 5 anos de idade. Essa condição, conhecida popularmente como “xixi na cama”, acomete cerca de 15% das crianças por volta dos 5 anos; 7%, aos 10 anos e 3%, aos 12 anos.
Quando o xixi na cama é o único sintoma, o diagnóstico leva em conta o histórico do paciente, o exame clínico e os antecedentes familiares, todos observados por profissionais capacitados, uma vez que há vários fatores que podem ser responsáveis pela enurese noturna, como retardo na maturação neurológica responsável pela maturação dos esfíncteres (estruturas responsáveis pela expulsão das fezes e da urina), baixa concentração do hormônio antidiurético vasopressina durante a noite, sono muito pesado, ou até mesmo a hereditariedade.
Apesar de ser um caso clínico que deve ser observado e estudado por profissionais, todos os casos têm solução e raramente são associados a algo grave. Entender que a criança não faz de propósito demonstrando atitudes de aceitação, paciência e tolerância com as negativas é fundamental para o sucesso do tratamento. Intervenções comportamentais simples, como evitar a ingestão de líquidos antes de dormir ou levar a criança ao banheiro durante a noite costumam ser indicadas com sucesso. Em outros casos, após indicação adequada, pode-se recorrer ao uso de medicamentos que reduzem a produção de urina ou que controlam as contrações vesiculares. O ideal é que independente do caso sempre haja o acompanhamento de um profissional.
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