Brinquedos e a importância de brincar.
Postado em: 05/11/2019
O ato de brincar não é simplesmente algo banal e corriqueiro durante a infância. Inúmeros estudos já identificaram a importância das brincadeiras no desenvolvimento neurológico, psíquico e motor ao longo de todas as idades. Brincar permite tentar novas habilidades e encontrar desafios a todo momento, além de observar melhor o mundo ao redor.
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Qual seria, então, nosso papel enquanto pais e pediatras para garantir essa atividade tão importante?
Ao longo da infância, cada idade tem características peculiares com relação ao brincar. No primeiro ano de vida, o desenvolvimento cognitivo avança com ajuda da exploração motora e sensorial, enquanto pré-escolares vão ganhando conhecimento manipulando e imitando o ambiente.
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Dentre as capacidades que se desenvolvem mais precocemente está a atenção. É essencial durante todo o aprendizado, através das suas diferentes fases. A atenção permite que o indivíduo junte informações e mantenha o interesse com objetivo.
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Antes do 1o ano de vida, as brincadeiras exploram a mobilidade e a criança tende a querer se movimentar livremente pelo ambiente, aventurando-se sozinho. É primordial deixá-lo circular pelo chão, contanto que seja um local seguro e monitorizado por um adulto. Dos 12 aos 36 meses, brincar se caracteriza cada vez mais por imitar os outros. São frequentes situações de “faz de conta”, usando objetos cotidianos, uma vez que é nessa fase que se percebem sua utilidade e aplicação. A partir do 3o ano de vida, todas essas habilidades se aprimoram e a criança ganha interesse progressivo em outras crianças, propondo brincadeiras em conjunto.
O que provemos de brinquedos e como auxiliamos a construção de brincadeiras tem papel fundamental no desenvolvimento infantil.
Um estudo publicado recentemente em revista científica pediátrica analisou o impacto do número de brinquedos disponíveis na qualidade das brincadeiras. Um maior número de objetos parece ser um fator de distração, levando a criança a se movimentar rapidamente de brinquedo em brinquedo. Quando em menor quantidade, puderam ser melhor explorados e, as brincadeiras, aprofundadas. Passar mais tempo manipulando os objetos leva a mais tentativas e erros, possibilitando um maior aprendizado em relação às características e possibilidades. Além disso, a imaginação flui mais facilmente e aumenta a confiança da criança para maior expressividade. Esse processo permite a construção de ferramentas que auxiliam o desenvolvimento de habilidades como coordenação bilateral, motricidade fina e funções executivas como a solução de problemas.
O desenvolvimento infantil é algo complexo e certamente com múltiplas variáveis. No entanto, devemos sempre refletir sobre como podemos atuar, facilitando, de maneira natural e espontânea, esse processo. Brincar é uma das peças-chave durante essa jornada.