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Comer, se alimentar e nutrir: Quais as diferenças?

Postado em: 03/08/2020

Será que comer, se alimentar e nutrir são sinônimos?

Inspirada por um curso muito bacana da colega Dra. Denise Lellis no qual muitas reflexões que eu sempre fiz sozinha foram compartilhadas resolvi escrever alguns pensamentos.

Culturalmente, a comida permeia nossas relações desde sempre. Quando nascemos, amamentação é vínculo e amor materno.

A introdução dos alimentos sólidos é um momento muito esperado pelos pais e aguardado por toda família. Conforme crescemos a comida se transforma em memórias. Significa almoço de domingo na casa da vó, festa de aniversário e escolha da comida preferida em datas comemorativas.

E para nós adultos?

Nesta quarentena, aprendemos a cozinhar e aliviamos o estresse comendo o que gostamos. Estamos sentindo falta da família e dos amigos e dos momentos em que nos reuníamos, comendo juntos, seja num churrasco, seja jantando no restaurante preferido.

comer se alimentar e nutrir

Venho de uma família que sempre incentivou provar alimentos das mais diversas culturas, uma vez que minha própria família é composta por diferentes nacionalidades. Lembro do meu pai, no café da manhã, fazendo a gente escolher as frutas que iríamos (e tínhamos que) comer.

Algo obrigatório, mas que virou hábito e depois, gosto. Lembro também da minha mãe cozinhando “fanesca”, um prato típico equatoriano, rico em nutrientes, mas mais rico ainda em história e memória.

Acredito muito numa infância saudável, sem exames desnecessários ou prescrição de remédios e suplementos para todos sem exceção.

Acredito também num estilo de vida equilibrado, com saúde mental e física e esse processo começa nos primeiros anos de vida. Tendo isso em vista, temos um papel chave como pais e pediatras (e outros profissionais que lidam com a infância) nessa construção.

Como deve ser feita a relação com a comida na infância?

A relação com a comida deve ser estabelecida aos poucos, respeitando o tempo da criança. Não devemos ter pressa em fazê-la aceitar o prato todo de brócolis. Tampouco devemos querer a todo custo que coma espinafre, por que só assim “vai crescer forte”.

Uma alimentação balanceada implica em variedade e para, atingirmos isso, precisamos apresentar sistematicamente diversas vezes o alimento à criança.

comer se alimentar e nutrir

Estudos mostram que precisamos ter contato com um alimento pelo menos 15 vezes para dizer que não gostamos. E mesmo isso vai mudando ao longo da vida. Todos nós temos alimentos que não gostamos, e tudo bem. É o cardápio que importa, ou seja, à quantas possibilidades alimentares fomos apresentadas.

Outra coisa curiosa é o quanto somos paradoxais, como adultos. Fazemos dietas super restritivas por meses e, de repente, nos acabamos no chocolate ou qualquer outro “junk food”. Esse movimento pendular sempre nos traz muita angústia.

A ideia é se permitir, eventualmente, comer um chocolate, mas também sentir prazer em comer verduras.

É ter moderação na ingesta dos alimentos considerados não nutritivos e se sentir bem ao comer “comida de verdade” pois somos o que comemos e os tais alimentos “saudáveis” realmente nos fazem sentir bem.

Cozinhem juntos, comam juntos. Mostre os alimentos in natura para seu filho. Preparar comida é construir memórias e um organismo e mente sã.


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