Atendimento
Segunda a sexta: das 8h às 18h

Termos Inadequados: Crescimento e Desenvolvimento

Postado em: 24/08/2020

Você já percebeu o quanto a linguagem participa de forma considerável na forma como nos definimos e nos posicionamos na sociedade? A maneira de se referir a uma pessoa representa um papel relevante na maneira como o sujeito vai definir a si mesmo e estabelecer sua relação com o mundo. Assim, criar uma sociedade mais inclusiva é atravessado também por tornar a nossa linguagem mais inclusiva.

Com as crianças, esse processo é ainda mais delicado, pois o indivíduo está em formação e desenvolvendo seus valores e sua visão de mundo. Quando há uma deficiência, é comum que pessoas utilizem diversos termos para se referir à criança e à característica e muitos desses termos são bastante inadequados. Saiba mais a seguir:

Termos Inadequados

Termos como “especial”, por exemplo, trazem uma visão de infantilidade do sujeito e eufemismo, o que quebra o olhar do indivíduo como alguém em formação e em processo de desenvolvimento. Além disso, é como negar que há particularidades que são parte da deficiência que podem trazer desafios e, negando o desafio, nega-se também a aposta no potencial do sujeito de avançar e se desenvolver.

Outra denominação recorrente é o de “portador de deficiência” que também é muito pejorativa. Esse termo traz uma visão de incapacidade do sujeito, como se ele fosse uma vítima, um incapaz. O olhar a toda pessoa, inclusive para uma pessoa com deficiência, é que são todos sujeitos de direitos e deveres, com suas particularidades e necessidades.

A presença de uma deficiência pode trazer necessidades e cuidados diferentes, assim como todas as pessoas precisam de coisas distintas e apresentam potenciais diversos.

O termo “anjo” também é problemático. A atribuição de uma visão religiosa da pessoa com deficiência como um ser puro e imaculado nega o potencial do indivíduo de se desenvolver como adulto, passar por experiências de adolescente, ter relacionamentos e viver uma vida adulta.

Deve haver um olhar sério e cuidadoso a todo sujeito, e haver suporte familiar, para que o indivíduo tenha autonomia dentro dos limites possíveis. 

Pessoas com alguns tipos de deficiências específicos, como a síndrome de down, podem apresentar particularidades no desenvolvimento intelectual e cognitivo que demandam um cuidado a mais relativo ao processo de se tornar um adulto maduro.

O que é necessário fazer é apostar no potencial do sujeito, apresentar os limites, os cuidados, mostrar princípios éticos e os requisitos importantes para uma vida madura, respeitando até onde o indivíduo dá conta de ir. Por isso, é tão importante o suporte profissional.

Termos como “mongolismo”, “aleijado” e “deficiente” são pejorativos porque tem um olhar de limitação, que tolhe a pessoa com deficiência de sua capacidade. Assim como não deve-se dizer que o indivíduo é vítima da deficiência, o que lança um olhar de que a pessoa é uma “coitadinha”.

“Excepcional” também é uma denominação problemática, porque nega a realidade de que há limites e de que a pessoa com deficiência é capaz de crescer e se desenvolver. Ninguém é excepcional, todo mundo tem problemas, tem coisas que sabe fazer bem, tem dificuldades e limites.

É preciso oferecer suporte, apoio, mas também apostar no potencial do sujeito. Ele dá conta, deixe ele aprender, deixe ele caminhar e crescer. 

Mude o seu vocabulário e também o seu olhar

Abolir o uso de palavras como aleijado, inválido, retardo mental, criança excepcional, colabora para construirmos uma sociedade inclusiva e receptiva.

O problema de utilizarmos expressões inadequadas, é de que acabamos por reforçar ideias equivocadas e estigmas, estereótipos e preconceitos. Por isso, é importante procurarmos a maneira construtiva de falarmos, e batalharmos por uma sociedade mais inclusiva.

A deficiência é uma característica, e não define o indivíduo. Todo indivíduo é caracterizado por um conjunto, olhar a pessoa como um todos, nos permite notar que ninguém é definido apenas por uma de suas características, e que isso não é fator limitante, mas que cada um de nós tem características específicas.

Cada um tem suas necessidades e limites e é possível acolher a todos com dignidade.
Na Pediatria Up você conta com a pediatra Dra. Anna Domingues Bohn, que é especializada em Síndrome de Down. Agende sua consulta e conte com o suporte necessário para ajudar seu filho com deficiência em um desenvolvimento sadio!


O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.