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Culpa materna: vamos falar sobre?

Postado em: 23/11/2020

Hoje vim falar de culpa, o sobrenome materno. Nasce uma mãe, Fulana Silva vira Fulana Culpa da Silva. Essa palavra pequena carrega consigo um peso enorme. Peso este, que começa a se formar já durante a gestação, antes mesmo da barriga aparecer.

Se você nunca questionou a maternidade, este texto não é para você. Se você, em muitos momentos se sentiu culpada, triste, pensativa, pelo o que quer que seja, este texto tem o intuito de te abraçar. Continue comigo.

A experiência da gestação

culpa materna

Lembro bem de ver muitas mulheres amando estar grávidas e eu pensar “gente, mas meu corpo vai voltar ao normal?”. Lembro também de ver muitas pessoas descreverem seu futuro bebê como “amor maior do mundo” e eu ser repleta de culpa por não sentir isso quando olhava minha barriga e sentia meu bebê. Se eu amei estar grávida?

Posso dizer que achei a experiência mais incrível, sim, e amei presenciar a natureza (ou o que quiserem chamar) transformando meu corpo na construção de outro, totalmente voltado para aquele ser que se formava.

O custo, entretanto, é alto e conheço muitas mulheres que odiaram gestar. Não as julgo. Enjoo, azia, confusão, esquecimento, sono, dor nas costas, falta de ar, entre outros, fazem nossa produção no trabalho cair e nos sentirmos como se não fôssemos nós mesmas. E realmente não somos, nunca mais seremos.

Depois vem a amamentação. Se você não quer amamentar, é um absurdo. Se você quer, já tem que programar até quando. Se pensar que quer mais do que “deve”, culpa.

Se dá uma mamadeira, meu deus, muita culpa. Se o bebê chora muito, culpa de que o leite é fraco ou talvez esteja se acostumando com colo. Invariavelmente, sentimos estar fazendo algo de errado.

A primeira vez que dei mamadeira com fórmula para o meu filho, chorei. Será que tudo precisa ter tanto peso? Será que a gente se cobra demais ou a maternidade é cobrada em excesso?

Culpa materna: O retorno à vida profissional

culpa materna

Outro grande dilema, pessoalmente, o retorno à vida profissional. Acho que o maior malabarismo que já enfrentei na minha vida foi essa divisão (muito mais mental do que qualquer outra coisa) entre o tempo no trabalho e o tempo com meu filho.

Ia trabalhar querendo voltar logo para casa e quando estava em casa me sentia culpada por não estar trabalhando.

Sim, é uma montanha-russa. Nada mais contraditório do que a maternidade. E a maior constante, sempre ela, a culpa.

Nunca gostei da ideia de ter babá e a escola parecia cruel tão cedo, até porquê, gosto de estar sempre próxima e acompanhando o desenvolvimento do meu filho e não me sentia confortável em ter outra pessoa mais presente nesta etapa do crescimento.

Com isso, você passa a entender por que tantas mulheres abrem mão da carreira após virarem mães. E ao mesmo tempo, você, que sempre gostou tanto do seu trabalho, passa a se perguntar se seria feliz como mãe 100% integral.

A verdade é que impossível fazer tudo. Todas as decisões envolvem culpa, contudo, é preciso toma-las com consciência, até mesmo pedindo o aconselhamento de quem já fez essa mudança e das mães que conciliam a vida materna, com a profissional.

O constante aprendizado em ser mãe

O que posso dizer é que nada mais maravilhoso do que ser mãe. E ninguém melhor do que você para seu filho. As decisões envolvem angústia e sofrimento, mas acredito que com isso crescemos e construímos nossa história. E que, sem sombra de dúvidas, para cada casa existe um caminho que funciona melhor. Seja apoio, seja rede de outra mãe. Vamos substituir a culpa por leveza?


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