Quais terapias meu filho com síndrome de Down precisa fazer?
Postado em: 26/06/2023
Em geral, as crianças com Síndrome de Down apresentam atraso no desenvolvimento das funções motoras. É comum o bebê ser hipotônico (perda do tônus muscular) e por conta disso, menos ativo. O grau da hipotonia varia para cada bebê e é possível que vá mudando ao longo do tempo, com medidas específicas.
Nos primeiros meses de vida (de 0 a 6 meses), a atuação da fisioterapia faz parte da estimulação precoce tão importante para o desenvolvimento destas crianças. O objetivo desta terapia consiste em dois principais:
- Orientar os pais sobre como proceder com a criança em casa nas mudanças de postura, o correto posicionamento no colo e na cama e como direcionar os estímulos sensoriais e motores para favorecer o desenvolvimento das habilidades do bebê.
- Fazer com que os marcos motores sejam adquiridos de forma a potencializar o seu desenvolvimento, ou seja, com a postura correta, sem sobrecarregar ligamentos e articulações e preparar o organismo para os marcos seguintes.
Estudos indicam que as crianças que estão engajadas em programas de intervenção precoce e duradouro mostram melhor desenvolvimento neuromotor. Exercícios específicos praticados regularmente ajudam no progresso da criança, porém devem ser realizados com orientação e supervisão do fisioterapeuta.
Ao proporcionarmos estímulos provocamos, indiretamente, uma excitação neuronal no córtex cerebral e outras estruturas do sistema nervoso, que resultam no crescimento das conexões nervosas. Assim, os comandos motores para as áreas estimuladas tornam-se mais numerosos e as sinapses mais estáveis, o que é expresso clinicamente pela aquisição progressiva de novos movimentos e posturas.
Durante os dois primeiros anos de vida da criança ocorrem as conquistas motoras grossas mais marcantes: controlar a cabeça, rolar e rastejar, sentar, engatinhar, andar e correr. É nesta fase também que existe o que chamamos de intensa plasticidade cerebral, ou seja, o cérebro está em intenso desenvolvimento, aumentando em grande velocidade seu número de neurônios, algo que só acontece na infância. Isso dá ao cérebro a capacidade de construir novas conexões nervosas de uma forma que só acontece nesse período.
Nas crianças com trissomia do cromossomo 21, a sequência de desenvolvimento é atingida em um ritmo um pouco mais lento, mas em geral todos os marcos podem ser atingidos. As terapias proporcionam não só, uma chance maior de atingirmos todos os marcos, como também possibilita que cheguemos no potencial de cada criança, com a qualidade de movimentação que cada um pode atingir.
Como a terapia ocupacional pode ajudar no desenvolvimento do bebê?
A atuação da terapia ocupacional inicia-se ao redor do 6o mês de vida e se dará ao longo do desenvolvimento de seu filho buscando integrar as atividades cognitivas e sensoriais (visão, audição, tato e olfato) às motoras.
O enfoque da estimulação precoce dá-se através do brincar. Em outras palavras, sabe-se que a capacidade de brincar da criança é de grande importância na infância. É através dessa capacidade que o pequeno poderá experimentar diferentes formas de conhecer o mundo, potencializando seu desenvolvimento.
Ao longo da evolução, busca-se promover a independência nas atividades de autocuidados, como se alimentar, tomar banho e trocar de roupa, facilitando o desempenho nas atividades escolares. Nessa fase, especial importância será dada aos aspectos motores finos como segurar um lápis, abotoar, abrir potes com tampa e brincar com massa de modelar.
O terapeuta ocupacional trabalha em conjunto com os pais, demais cuidadores e outros profissionais como parceiros na possibilidade de cuidar e estimular adequadamente e, ao máximo, o potencial de cada criança T21.
Por que meu filho precisa de fonoaudiologia?
A intervenção fonoaudiológica precoce é sugerida para a orientação sobre a correta técnica da amamentação e sobre a sucção em mamadeira, se necessário.
Estimular a musculatura orofacial durante as funções de sucção, deglutição e mastigação garante o adequado posicionamento, movimento e função de lábios, língua e bochechas. Há uma associação grande entre a estimulação destas funções e a aquisição e desenvolvimento da fala, pois os músculos utilizados para sugar e deglutir são os mesmos utilizados para falar.
Em alguns casos, os bebês com trissomia do 21 podem responder menos aos sons e, consequentemente, vocalizar menos. Alterações auditivas de diversas causas são mais comuns e devem ser sempre monitoradas de perto. O trabalho em conjunto com a fonoaudiologia é essencial para o diagnóstico e seguimento caso haja questões patológicas. Além disso, durante toda estimulação da linguagem esta terapia é crucial para o melhor desenvolvimento da fala. Outros diagnósticos como apraxia e alterações de processamento auditivo só podem ser feitos a partir de profissionais com experiência específica. O olhar atento do terapeuta permite um melhor desenvolvimento e o diagnóstico precoce de alterações, essencial para um bom prognóstico.
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