Meu filho bateu a cabeça: Posso deixar dormir?
Postado em: 08/01/2024
Quando uma criança bate a cabeça, quase sempre é motivo de preocupação para os pais. Por isso, prevenir é sempre melhor! Mas é importante lembrar que pequenos acidentes fazem parte da infância.
Existem muitas dúvidas sobre o que fazer depois que um bebê ou criança cai, por isso a pediatra Anna Dominguez Bohn esclarece o que fazer nessas situações.
Moleira e o desequilíbrio
Você sabia que a cabeça do bebê mede um terço de seu tamanho total ao nascer e atinge 50% em poucos meses? Por isso, crianças pequenas se desequilibram facilmente: sua cabeça é grande e pesada em relação ao corpo. A fontanela ou moleira permite esse crescimento e se fecha entre os 12 e os 24 meses. Se houver choque nessa região, observe se a moleira incha ou afunda. Observe também se há deformidades no restante do crânio, hematomas ou se ao apertar sente algum movimento novo como se o osso estivesse instável.
Onde mora o perigo
A intensidade da pancada é o que mais importa. No entanto, o local onde ela ocorre também deve ser considerado. Nos bebês, a região da moleira é uma das mais sensíveis. Outra região de bastante atenção para qualquer idade é a lateral da cabeça, próximo às orelhas. Por ali passam artérias que podem se romper, resultando em hematomas. Fique atento a essas áreas após qualquer queda. Além disso, o cérebro das crianças corre mais risco de sofrer lesões do que o de um adulto.
Cuidados imediatos após uma queda
Evite entrar em pânico. A criança já vai estar assustada e acalmá-la fará com que você possa avaliar melhor a situação. Tombos e trombadas fazem parte do processo de aprendizado. Passado o susto, verifique se há cortes, sangramentos ou hematomas (roxos). Você pode fazer compressa com gelo, sempre protegida por um pano, para diminuir o inchaço.
Se a criança ficar bem logo, se o trauma for leve, de baixo impacto ou quedas de poucos centímetros dá para observá-la em casa. As primeiras 12 horas após a batida são as mais importantes, mas fique atento pelos próximos dois dias se não há nenhuma alteração de comportamento. Em caso de dúvida, ligue para o pediatra.
Caso de pronto socorro
Se o seu filho desmaiar, vomitar algumas vezes, mostrar desorientação, queixar-se de dor de cabeça intensa, continuar muito irritado após 15 minutos da queda, ficar mole ou se o machucado não parar de sangrar, não pense duas vezes e vá imediatamente ao hospital. Esses sintomas graves podem surgir mesmo horas depois e necessitam de avaliação clínica imediata.
Deixar ou não dormir
Não existe comprovação científica de que dormir possa agravar ou piorar as consequências de um trauma. A questão da soneca é sobre a dificuldade de observar a parte neurológica da criança após a queda. Importante lembrar também que criança com sono excessivo fica muito irritada e irritação também é um sintoma neurológico que pode preocupar após uma queda. Portanto, se estiver na hora da soneca, você pode, sim, deixar seu filho dormir. A sonolência é normal após a batida e uma cochilada de até 20 minutos ajuda a relaxar. O que não pode é um sono muito profundo por horas seguidas, em que a criança não acorda logo que você chama ou para mamar, no caso dos bebês.
Pergunte ao seu filho
Se ele já sabe falar, pergunte se está tonto, enjoado, onde dói, se sente sono. No caso de você não estar por perto na hora do acidente, verifique com a pessoa que estava com ele: o que estava fazendo quando bateu a cabeça; se estava em pé, sentado, correndo; de qual altura e de onde caiu; em que parte da cabeça foi a pancada e como foram as reações de seu filho.
Prevenção, o melhor remédio
- Berços devem ser regulados: conforme seu filho começa a ficar em pé e se apoiar nas laterais, posicione a grade acima da linha dos mamilos, para evitar quedas. Retire tudo que puder servir de apoio. Se ele já cresceu, é hora de passá-lo para a cama.
- Cuidado ao segurar o bebê, a maior parte das quedas em menores de 1 ano são quedas do colo.
- Jamais deixe um bebê, independente da idade e das habilidades motoras, em superfícies altas como cama e trocador. Os acidentes acontecem quando menos esperamos.
- Dispositivos como carrinho, bebê conforto e cadeirão sempre com cinto.
- Proteja escadas com grades e ensine que ele não deve subir na privada com a tampa fechada, pois ela pode se quebrar.
- Proteja varandas, janelas e piscinas.
- Use proteção em práticas esportivas, como capacetes, joelheira e cotoveleiras.
- Regra mais importante: mantenha um adulto sempre por perto e sempre atento.
Para cuidados pediátricos de excelência e orientações personalizadas, marque uma consulta com a Dra. Anna Dominguez Bohn.
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