A relação entre a síndrome de Down e problemas neurológicos
Postado em: 18/09/2023
A Síndrome de Down (SD) ou trissomia do cromossomo 21 é uma condição genética caracterizada pela presença de um cromossomo extra nas células do corpo. Normalmente, são 46 cromossomos, divididos em pares, que carregam informações genéticas sobre a pessoa. Bebês com SD têm 47, resultando um cromossomo a mais no par 21.
É importante compreender que a trissomia 21 não é uma doença, mas uma síndrome que engloba uma série de características associadas a essa condição.
Em relação à síndrome, é comum observar certos traços físicos, como baixa estatura, rosto arredondado, olhos amendoados, mãos pequenas, dedos curtos e cabelos lisos e finos.
Além disso, as crianças com SD geralmente apresentam déficit cognitivo, hipotonia (baixo tônus muscular) e um desenvolvimento motor mais lento. No entanto, elas necessitam de estímulos adicionais para aprimorar suas habilidades naturais.
Curioso para saber mais sobre as características únicas da síndrome de Down, as necessidades para estímulos neurológicos e como oferecer o melhor cuidado aos pequenos ? Então, não perca este artigo! Confira agora mesmo!
Alterações neurológicas na síndrome de Down
É importante lembrar que cada criança com trissomia do cromossomo 21 é única, e os desafios podem variar de uma pessoa para outra. Em algum momento da vida, a maioria dos pacientes com síndrome de Down pode apresentar complicações neurológicas e questões de saúde mental.
Conheça as mais comuns:
Hipotonia muscular: resulta em atraso motor em cerca de 80% dos bebês com SD. Requer programas de reabilitação e estímulo para alcançar os marcos do desenvolvimento de forma adequada. O diagnóstico é baseado em sintomas, histórico de saúde e exame neurológico.
Instabilidade nas primeiras vértebras cervicais: pode alterar e prejudicar os reflexos e afetar a marcha.
Deficiência intelectual: principal causa de déficit cognitivo na infância, provoca atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor e traz desafios ao aprendizado escolar, se não for conduzido de forma apropriada. Suporte específico dentro da escola e recursos diferentes podem auxiliar o progresso.
Epilepsia: afeta até 9% das crianças com trissomia 21, com destaque para a síndrome de West (causa atraso no desenvolvimento psicomotor, autismo, espasmos musculares e alteração eletroencefalográfica), e exige tratamento precoce com anti-convulsivantes.
Transtorno do espectro autista (TEA): traz desafios à organização de pensamentos, sentimentos e emoções, afetando a comunicação e interação social.
Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade, afetando habilidades escolares e relacionamentos.
Distúrbio do sono: incluem terror noturno (gritos e choros à noite, sem lembrança do ocorrido no dia seguinte), insônia (dificuldade para iniciar e ou manter o sono), solilóquio (falar durante o sono), bruxismo (ranger e ou apertar os dentes), afetando a qualidade do sono.
Como estimular o desenvolvimento do bebê com síndrome de Down?
Algumas barreiras podem ser relacionadas a fatores físicos, como a hipotonia muscular, que pode tornar o bebê com síndrome de Down menos ativo, e com maior flexibilidade das articulações. Com o tempo, a criança vai superar esses desafios.
Nos primeiros seis meses de vida, a fisioterapia é fundamental para a estimulação precoce. Isso envolve orientar os pais sobre como posicionar a criança corretamente, tanto no colo quanto na cama, e como proporcionar estímulos sensoriais e motores para favorecer as habilidades do bebê.
É importante fazer os exercícios e atividades, sob orientação e supervisão de um fisioterapeuta, não apenas para colocar na rotina da criança, mas para estar sempre incentivando o desenvolvimento de suas habilidades.
Nos dois primeiros anos, as crianças atingem marcos motores importantes, como controlar a cabeça, rolar, rastejar, sentar, engatinhar, andar e correr. Nos pequenos com síndrome de Down, esses marcos ocorrem em um ritmo ligeiramente diferente.
Jogos com peças de encaixar, livros com diferentes texturas, tapetes de atividades são brincadeiras e passatempos divertidos que desafiam e estimulam os sentidos. Considere também atividades com rolos grandes, em que a criança possa escorregar o próprio corpo, para aprender a engatinhar.
Terapia ocupacional
Conforme a criança cresce, o objetivo é promover sua independência em atividades de autocuidado, como alimentação e higiene, além de aprimorar seu desempenho escolar. Isso inclui o desenvolvimento de habilidades motoras finas, como segurar um lápis, abotoar roupas, usar tesoura e outras atividades semelhantes.
O terapeuta ocupacional trabalha em parceria com os pais, outros cuidadores e profissionais para maximizar o potencial da criança, fornecendo cuidados e estímulos adequados.
Você está pronto para proporcionar o melhor cuidado ao seu filho com síndrome de Down? Conte com a expertise e orientação da Dra. Anna Dominguez Bohn, especialista em Terapia Intensiva Pediátrica com foco em síndrome de Down. Clique aqui e agende hoje mesmo sua consulta.
Leia também:
Quais alterações otorrinolaringológicas são observadas nos portadores da Síndrome de Down?