Como iniciar a introdução alimentar complementar no método tradicional.
Postado em: 28/10/2019
Durante os primeiros seis meses de vida do bebê, o leite materno oferece todos os nutrientes necessários para seu desenvolvimento saudável, sendo uma fonte de alimentação suficiente sozinha. No entanto, é por volta dessa idade, que tem se início a introdução alimentar complementar.
Esse período novo e cheio de opções ainda não exploradas é sempre acompanhado de dezenas de dúvidas e curiosidades sobre: qual a maneira certa de introduzir alimentos novos aos pequenos, como seria a maneira mais adequada, ou até mesmo como fazer para que o pequeno coma de tudo…
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Na introdução alimentar dentro do método tradicional, que por mais que seja o mais “antigo” não signifique que seja mais adequado ou inadequado que nenhum outro, traz a orientação de inicialmente ofertar-se alimentos em forma de papas e purês e com o passar do tempo a evolução de consistência deve ser adaptada para papas com pedaços maiores de alimentos, até chegar a consistência da família, devendo ocorrer ao completar 12 meses.
Mas afinal, como podemos iniciar a introdução alimentar da forma mais adequada dentro do método tradicional?
É importante ressaltar que, alimentar o bebê exclusivamente com o leite materno até os seis meses não somente é uma recomendação do Ministério da Saúde como também da OMS (Organização Mundial da Saúde), portanto, trata-se de uma atitude segura e necessária, que só trará benefícios para a criança. Mas, a partir dessa idade a dieta deve ser complementada.
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Partindo do zero como o momento em que a criança atinge os seis meses de idade, onde até então se alimenta apenas com líquido, no caso o leite materno, uma boa alternativa para começar a introduzir esses novos alimentos são as papinhas de frutas. Além de contarem com o sabor naturalmente agradável, frutas mais doces e suculentas como a maçã, laranja lima, mamão ou a banana são ótimas opções. O ideal é não acrescentar água, nem açúcar ou mel para adoçar, contando apenas com o doce natural das frutas, evitando sempre fazer o uso de liquidificador, priorizando alimentos amassados com um garfo para que a criança não se acostuma a papinhas muito trituradas, o que ajuda a evitar dificuldades de mastigação e deglutição no futuro.
Quanto aos sucos, as associações de pediatria e de nutrição pelo mundo, não indicam a oferta do suco por vários motivos. A oferta do suco está diretamente associada ao maior risco de obesidade no futuro por ter maior concentração de açúcar, mesmo no caso dos suco naturais, perdendo várias propriedades vitamínicas e as fibras das frutas durante o processamento e aumentando a ingestão calórica ao longo do dia, pois o suco é um líquido e portanto sacia por menos tempo, fazendo com que o pequeno rapidamente tenha fome novamente. Além disso, acostumamos o pequeno a tomar bebidas mais adocicadas, dificultando bastante a oferta da água, super importante durante o processo de introdução alimentar.
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Deve-se lembrar de evitar começar logo de cara com alimentos ácidos, pois além de serem muito alheios ao paladar do bebê, podem provocar cólicas. É comum que logo no começo o pequeno apresente algum nível de constipação intestinal e para ajudar o intestino a se adaptar é essencial ofertar água e alimentos mais laxativos como ameixa e mamão caso haja a constipação.
Tente iniciar ofertando pequenas quantidades ao pequeno no começo. Comece a primeira semana, por exemplo, oferecendo a papinha de frutas raspando-as ou amassando-as com um garfo direto no pratinho da criança, ou água depois da primeira mamada da manhã (não logo após).
A papa principal pode entrar no cardápio da criança uma ou duas semanas depois de iniciar a introdução das frutas, inicialmente apenas durante o almoço e em quantidades sempre maneiradas. Os ingredientes dessas papa principal podem variar, mas a refeição deve sempre apresentar um item de cada um dos 5 grupos, uma fonte de bastante proteína, legumes, verduras e algum tubérculo. Lembrando sempre de diversificar os sabores, para que o pequeno se acostume com vários sabores diferentes, diminuindo as chances de seletividade alimentar no futuro. Novamente evite acrescentar sal e esmague bem os ingredientes para facilitar a ingestão, lembrando, o pequeno ainda não tem dentes!
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Ao preparar a papa principal, cozinhe bem os alimentos, junto ou separados, e amasse com com o auxílio do garfo, assim como no caso das frutas, tomando muito cuidado para não deixar pedaços grandes que possam fazer com que o pequeno se afogue. Depois de algumas semanas, quando o pequeno já estiver acostumado com ter papa principal no almoço, pode começar a dar também no jantar, por volta das 18h.
Quando a criança tiver por volta de 12 meses, pode começar, aos poucos, a ter a mesma alimentação do restante da família, mas é claro, não dispense as orientações do pediatra.
É importante respeitar o tempo e adaptação de cada criança durante essa fase. Alguns demoram mais outros menos para aprender a comer. Lembrando sempre de que isso é um aprendizado! A melhor forma de saber se ele está sendo bem alimentado é verificar se ele está crescendo e engordando o suficiente em cada consulta no pediatra, que irá acompanhar cada passo do pequeno durante a introdução alimentar.
Qualquer dúvida procure sempre um pediatra. Todas as informações fornecidas neste website têm caráter meramente informativo, com o objetivo de complementar, e não substituir, as orientações do seu(sua) médico(a).