Meu filho não para de tossir: e agora?
Postado em: 17/04/2023
O bebê não para de tossir? Calma! Saiba, em primeiro lugar, que a tosse é um mecanismo de defesa do organismo, usado para expelir a secreção produzida em excesso quando estamos doentes. O melhor jeito de amenizá-la é fazer inalação e lavagem nasal com soro fisiológico no seu filho. Isso tornará as secreções mais fluidas, facilitando sua eliminação.
Além disso, pelo mesmo motivo, ofereça bastante líquido à criança. Vale ressaltar que os xaropes expectorantes, em sua grande maioria, não possuem evidência de melhora e só devem ser usados com indicação médica, em poucos cenários, já que tratam apenas os sintomas e podem mascarar uma doença mais grave.
O que é tosse?
Tossir é um mecanismo de defesa ou reflexo do corpo que possibilita desobstruir ou expelir qualquer corpo estranho presente nas vias respiratórias superior ou inferior. A tosse costuma ser uma das queixas mais comuns nos consultórios, especialmente nos meses de clima seco e frio, e angustia demais as famílias devido a duração que pode ter. Alguns estudos relatam a presença de tosse por até 21 dias em quadros virais leves. Após quadros mais graves pode durar ainda mais, preocupando pais em relação a doenças mal curadas.
Quando persistente, esse sintoma pode piorar e afetar a qualidade de vida do pequeno e da família. Uma angústia frequente são as noites mal dormidas pelo sintoma. Quadros prolongados, de qualquer maneira, sempre devem ser investigados para excluir complicações e gravidade.
Causas
As infecções respiratórias virais, a exemplo dos resfriados comuns, são as causas mais frequentes (é normal as crianças terem até nove episódios por ano). Em segundo lugar, estão as alergias respiratórias, como rinite alérgica e asma.
Outros quadros infecciosos como as gripes, a pneumonia, a bronquiolite – infecção viral nos bronquíolos –, e a sinusite figuram na terceira posição dos gatilhos mais frequentes da tosse, a depender da faixa etária.
Tosse que não passa
A tosse crônica tem como característica uma duração maior e normalmente passam de três semanas, podendo ultrapassar até um mês com sintomas. Os casos de tosse crônica em crianças estão, normalmente, relacionados com quadros de asma, bronquite ou até tuberculose.
Muitas crianças que têm tosses que não passam depois de gripes e outras infecções virais não precisam de qualquer tratamento. Mas nem todas as tosses persistentes são iguais e, às vezes, os pequenos precisam ser submetidos a mais exames, ou tomar remédios mais fortes.
Tosses persistentes de origem bacteriana que tem maior gravidade são a pneumonia e a coqueluche. Ambos são prevenidos por meio da vacinação.
O diagnóstico em casos de tosse persistente geralmente começa com um exame de raio-x do peito e um teste conhecido como espirometria, que mede o volume de ar inalado e exalado.
Como é feito o tratamento da tosse em crianças?
O tratamento para a tosse infantil vai depender de sua causa. Algumas possibilidades incluem:
- Uso de antibióticos;
- Broncodilatadores;
- Uso de mel, acima de 2 anos;
- Realização de inalações e lavagem nasal;
- Mudanças ambientais, como a retirada de agentes que podem desencadear crises alérgicas.
Somente o pediatra pode prescrever um tratamento adequado, levando em consideração as queixas da criança e de seus responsáveis, e os resultados dos exames.
Bebê não para de tossir: quando me preocupar?
A tosse em criança se torna algo alarmante quando:
- É persistente (não apresenta sinais de melhora em alguns dias);
- Mal estado geral, ou seja, indisposição intensa
- Presença de febre por mais de 5 dias ou febre acima de 40C que nao cessa com medicamento
- Atrapalha as atividades diárias do pequeno (ele não consegue dormir, brincar ou estudar);
- É acompanhada de dificuldade para respirar.
- Tem catarro grosso, intenso e esverdeado que não diminui por mais de 14 dias
Quando procurar um médico?
Se a tosse não passar depois de três semanas e ainda aparecer outros sintomas como febre, perda de peso (ou falha no ganho do peso mensal, no caso dos recém-nascidos), falta de ar, chiado no peito, vômito ou perda de sangue, procure um médico imediatamente.
Seu filho tem alergia ou doenças respiratórias? Agende uma consulta com a Dra. Anna Dominguez Bohn, especialista em Terapia Intensiva Pediátrica com ênfase em atendimento de crianças com síndrome de Down!
Leia também:
Choro noturno do bebê: saiba como lidar com essa situação