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Restrição do uso de celular na sala de aula. Vale?

Alunos de escolas públicas e particulares no Brasil e em outros países estão se adaptando a uma rotina desafiadora: é cada vez maior o número de estabelecimentos que restringem o uso de celulares em sala de aula e, às vezes, até durante o recreio. A principal justificativa para essa medida é que os dispositivos móveis distraem os estudantes, prejudicam o aprendizado e impactam negativamente a socialização, já que crianças e jovens preferem ficar grudados nas telas a conversar com os colegas.

Restrição do uso de celular na sala de aula. Vale?

Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), divulgado em 2023, destaca a existência de uma “associação negativa entre o uso de tecnologias e o desempenho estudantil”. No momento da publicação, 1 em cada 4 países já havia implementado regras para restringir o uso de celulares nas escolas, incluindo Espanha, Portugal, Finlândia, Holanda, Suíça e México. Esse movimento de proibição tem se expandido para outros países, como Canadá e Estados Unidos.

É uma ação contrária ao que ocorreu no início do pós-pandemia, quando, depois das aulas online, as escolas entenderam que deveriam incorporar o celular, considerando as dificuldades de sociabilização dos alunos devido ao isolamento.

Vale restringir o celular na aula? Veja o que a Dra. Anna diz no vídeo ‘Restrição do uso de celular na sala de aula. Vale? – Parte 1’. Assista já!

Além disso, houve um aumento no uso da tecnologia na educação, e o smartphone passou a ser visto como uma ferramenta pedagógica, com seu uso sendo até mesmo solicitado em sala de aula. A ideia era aproveitar o lado positivo do celular, já que ninguém parecia conseguir se desgrudar do aparelho.

Na prática, foi impossível conter o uso de redes sociais e jogos online pelos alunos, e percebeu-se que o celular, mesmo quando guardado nas mochilas, prejudica a concentração.

A questão não está no dispositivo em si, mas no seu uso. A tecnologia pode ser uma aliada valiosa na educação. Durante a pandemia, o celular foi fundamental para alunos sem acesso a computadores ou tablets, permitindo o acompanhamento das aulas online. É indiscutível o potencial educativo do smartphone, que pode enriquecer o aprendizado se empregado de forma criteriosa e sob supervisão docente.

Dados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes) revelaram que 65% dos alunos de 15 anos nos países pesquisados se distraem com o celular durante as aulas de matemática, percentual que sobe para 80% entre os adolescentes brasileiros. Quase a metade (45%) dos estudantes disseram se sentir nervosos ou ansiosos quando estão longe do dispositivo. 

Diante dos claros prejuízos, as escolas estão buscando formas de controlar o uso de celulares de maneira mais eficaz. Em São Paulo, tanto na rede estadual quanto na municipal, o uso é permitido somente para fins pedagógicos. Escolas particulares no estado também estão implementando restrições, algumas até criando espaços específicos para que os alunos guardem seus celulares durante as aulas.

O uso de celular interfere no aprendizado?

A tendência de 2023 para restringir o uso de celulares nas escolas é respaldada por evidências de seus efeitos negativos no desempenho acadêmico. Os resultados mais recentes de uma avaliação internacional destacam que uma quantidade significativa de estudantes ao redor do mundo se distrai com seus dispositivos e com os de colegas, notando-se uma redução nas distrações onde existem proibições.

Uma análise da Common Sense Media revelou que um grupo de adolescentes recebe cerca de 240 notificações por dia, sendo um quarto delas durante o horário escolar. Essas interrupções não apenas desviam a atenção, mas também consomem tempo e energia mental dos alunos, prejudicando o aprendizado. Uma pesquisa de 2016 em escolas na Inglaterra mostrou que proibir celulares traz benefícios acadêmicos, particularmente para estudantes que enfrentam dificuldades. Desde então, a base de pesquisa expandiu, associando políticas de restrição com a melhoria no desempenho estudantil. 

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