Seletividade e Neofobia alimentar em crianças: é normal?
Postado em: 27/03/2022
Embora possam ser confundidas, a neofobia e a seletividade alimentar não são a mesma condição.
A seletividade alimentar se caracteriza pela recusa, por parte da criança, a ingerir uma numerosa quantidade de alimentos pertencentes ao mesmo grupo.
Por sua vez, a neofobia é uma condição um pouco mais grave.
Ela se caracteriza pela presença do medo, pela criança, ao ser exposta a novos alimentos.
Esse medo é difícil de ser superado.
Ambas se caracterizam por serem transtornos alimentares e têm tratamento.
Vamos falar um pouco mais a respeito das duas condições alimentares?
A seletividade alimentar
Como dito anteriormente, essa condição tem como pressuposto o fato de que a criança rejeita certos alimentos, não apresenta apetite ou apresenta pouco ou nenhum interesse com relação à alimentação.
A seletividade alimentar não deve ser vista como um comportamento “normal”, muito embora seja vivenciada por muitas crianças.
Na grande maioria dos casos, a criança apresenta preferência alimentar bastante restritiva. Por sua vez, não há motivação em experimentar certos alimentos.
Dentre os grupos alimentares, temos: carboidratos, legumes, verduras, proteínas e leguminosas.
Na seletividade alimentar, a criança se recusa a comer alimentos pertencentes a um ou mais grupos.
Sabe-se que para produzir saúde alimentar ou, ainda, ter uma alimentação balanceada, as pessoas devem comer uma variedade de alimentos.
Nas refeições, portanto, o ideal seria que o prato fosse composto com alimentos pertencentes a cada um dos grupos alimentares.
É preciso ter atenção, pois a seletividade alimentar está diretamente relacionada aos grupos alimentares.
Se uma criança não aceita se alimentar com abobrinha, mas come tomate, beterraba e demais legumes, não se caracteriza a seletividade alimentar. Trata-se apenas de um alimento não aceito.
Outro fator importante é a fase de desenvolvimento em que a seletividade aparece.
No início da introdução alimentar não é possível falar em seletividade, pois a criança ainda está no processo de conhecer os alimentos.
É a partir dos dois anos de idade que podemos falar em seletividade.
Neofobia alimentar
A neofobia é uma condição que se atrela ao medo do novo.
Quando falamos dessa condição com relação à alimentação, estamos nos referindo ao medo com relação a alimentos desconhecidos/novos.
É uma condição mais severa que a seletividade alimentar.
É preciso respeitar o tempo da criança, pois a mesma entra em sofrimento em razão do medo.
A neofobia alimentar costuma se manifestar entre os três e seis anos de idade.
Nessa condição, há uma intolerância a novos alimentos: a criança se recusa a entrar em contato com o alimento em suas diversas situações.
Pode se recusar a pegar com a mão, não aprecia o cheiro, não se dispõe a sentar à mesa e, também, recusa-se a entrar em contato de qualquer natureza com o alimento.
Há tratamento disponível?
Sim, tanto com relação à seletividade alimentar quanto com relação à neofobia alimentar, deve-se ter paciência e o trabalho é cotidiano.
Além disso, deve-se realizar educação nutricional e acompanhamento multiprofissional para que a criança seja compreendida como um todo.
Assim, ambas são condições alimentares comuns, mas não são normais e podem prejudicar a ingestão de nutrientes fundamentais para o desenvolvimento da criança.
Dra. Anna Dominguez Bohn – Pediatra UP
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