Vamos falar sobre icterícia neonatal?
Postado em: 14/06/2019
A icterícia é uma condição bastante conhecida, que tem como característica deixar um tom amarelado na pele e olhinhos do recém-nascido. Ela não oferece grandes riscos ao bebê, desde que seja controlada adequadamente.
Costuma aparecer a partir do terceiro dia de vida e a incidência chega a 60%, É causada pelo aumento de bilirrubina no sangue, um pigmento amarelo que é fabricado naturalmente pelo organismo de todo ser humano.
Quando as células vermelhas se rompem, acontece a liberação da bilirrubina, que vai direto para o fígado para ser utilizada no processo de metabolização da gordura e em seguida, em condições normais, é liberada na urina. Mas como muitas vezes o sistema hepático do bebê, responsável por filtrar seu sangue, ainda não está totalmente desenvolvido, a bilirrubina tem dificuldade em ser liberada na urina e acaba não saindo da corrente sanguínea do bebê e as manchinhas amarelas começam a aparecer.
Para diagnosticar a icterícia, inicialmente o médico realiza um exame físico no corpinho do bebê, apertando um pouquinho o dedo na testa da criança para avaliar se quando tirar o dedo a pele naquela região ficará uma marquinha amarelada, somente então é realizado um exame de sangue para que se tenha uma noção exata do nível de bilirrubina.
Existe um outro tipo de exame para determinar essa condição, feito com o auxílio de um aparelho chamado bilirrubinômetro cutâneo, que é posicionado na testa do bebê e permite a leitura de bilirrubina sem precisar dispor de uma amostra sanguínea. A avaliação pela pele é uma triagem, e existe uma correlação entre as regiões acometidas pela icterícia e o valor de bilirrubina. O método transcutâneo ajuda bastante quando tem resultado baixo, com a vantagem de não ser invasivo. Entretanto, precisa estar sempre calibrado para confirmação de valores, principalmente quando o resultado é alto, sempre é necessário coletar o exame de sangue para confirmar.
Se for uma icterícia leve, apenas o rostinho e o tórax da criança ficam amarelados, se o caso é muito intenso, as pernas e os pés também podem apresentar a cor amarela.
Segundo os especialistas, a icterícia se manifesta em cerca de 60% dos recém-nascidos, não têm sintomas adicionais nem costuma representar grandes riscos, desde que seja detectada e controlada rapidamente. Porém, é muito importante que essa condição seja acompanhada e tratada, pois quando a quantidade de bilirrubina for excepcionalmente alta, é perigoso que o sistema nervoso central seja atingido pela substância, trazendo outras complicações.
A icterícia também pode surgir em casos de incompatibilidade sanguínea entre o bebê e a mãe. Neste caso, é desencadeado pela diferença entre os tipos sanguíneos e o organismo do pequeno passa a destruir uma quantidade muito maior de glóbulos vermelhos.
Outro motivo possível é a dificuldade de amamentação. O leite materno tem substâncias que favorecem o processamento da bilirrubina, então, quando o bebê não mama bem, pode ficar com excesso do pigmento. Normalmente, a disfunção é superada assim que a ingestão de leite materno aumenta.
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O tratamento da icterícia deve ser feito sempre com o acompanhamento de um profissional que julgará a necessidade e o tratamento, sendo que o mais comum é a fototerapia.
Super eficaz e simples, o tratamento fototerápico consiste em submeter o corpinho do bebê sem roupas a luzes fluorescentes, também chamado de “banho de luz”. As ondas de luz agem transformando a bilirrubina em moléculas que são eliminadas sem a necessidade de sobrecarga do fígado do bebê. Dependendo da intensidade da icterícia, o tratamento pode levar de 7 a 10 dias, mas a frequência e a intensidade devem ser avaliadas caso a caso. Neste período, é indicado que o bebê seja amamentado normalmente.
Vale ressaltar que a quantidade de pigmento considerada inofensiva varia de uma criança para outra. Para calculá-la, os médicos levam em consideração a idade gestacional e o peso do bebê. Todas as informações são colocadas em uma curva pelos pediatras responsáveis, que analisam os dados e determinam se a alteração é ou não alarmante. Por isso o acompanhamento do profissional é indispensável.
Qualquer dúvida procure sempre um pediatra. Todas as informações fornecidas neste website têm caráter meramente informativo, com o objetivo de complementar, e não substituir, as orientações do seu(sua) médico(a).