Atenção e memória no ambiente escolar ou adolescente com síndrome de Down
Postado em: 10/07/2023
A inclusão de crianças com Síndrome de Down na escola requer estratégias pedagógicas diferenciadas para garantir o processo de aprendizagem. É fundamental estabelecer um planejamento educacional que leve em consideração as características de cada criança.
Os pequenos com trissomia do cromossomo 21 têm um ritmo de aprendizagem diferente, cujas etapas precisam ser respeitadas. Inteligência, memória e capacidade de aprender podem ser desenvolvidas com estímulos adequados.
Diversos obstáculos podem impactar o desenvolvimento da aprendizagem na infância, tais como: dificuldades de audição e visão, distúrbios do sono e carências nutricionais.
Para isso, um bom acompanhamento pediátrico permite que os rastreios específicos sejam feitos em cada idade, tratando precocemente alterações existentes e minimizando prejuízos.
O professor desempenha um papel de extrema importância ao compreender as habilidades e desafios cognitivos e comportamentais de seus alunos. Para isso, é essencial contar com a participação ativa da família e dos profissionais que acompanham as crianças fora do ambiente escolar.
Adequar o currículo, utilizar recursos educacionais específicos e definir metas adequadas para cada aluno são aspectos importantes para atender às necessidades educacionais de jovens com trissomia 21. Além disso, é essencial fomentar a socialização e a autonomia, proporcionando apoio emocional e encorajando a participação em atividades extracurriculares.
Fatores que facilitam a aprendizagem
Forte consciência visual e habilidades de aprendizagem visual, incluindo as capacidades de:
- Aprender e usar sinais, gestos e apoio visual;
- Copiar o comportamento e as atitudes de colegas e adultos;
- Aprender com atividades práticas.
Adolescente com síndrome de Down: Fatores que inibem a aprendizagem
Cada um dos fatores que inibem o aprendizado requer o uso de estratégias que os minimizem ou neutralizem, proporcionando as condições ideais para o aprendizado do aluno. Aqui estão algumas delas:
Deficiência visual
Crianças com síndrome de Down podem apresentar deficiências visuais que podem afetar sua aprendizagem. É essencial realizar exames oftalmológicos regulares e considerar possíveis problemas específicos de visão. As Diretrizes de Atenção a pessoas com T21 recomendam avaliações anuais de acuidade visual.
Na escola, alguns sinais podem ser identificados como comportamentos de baixa visão:
- Olhos lacrimejantes;
- Franzir a testa;
- Piscar os olhos com frequência;
- Tropeçar constantemente;
- Aproximar o objeto do rosto ou aproximar-se para observar;
- Incômodo ou intolerância à claridade.
Deficiência auditiva
A perda auditiva é frequente em crianças com trissomia 21, ao longo da vida, sendo mais frequente na idade adulta.
Entretanto, há alterações do conduto auditivo muito comuns na faixa etária pediátrica, em que o acúmulo de líquido no ouvido médio, geralmente associado a infecções, diminui a acuidade auditiva.
Se não tratada adequadamente, atrapalha o processo de desenvolvimento da linguagem e da fala nos primeiros anos de vida, mas também de diversos processos de aprendizagem para os mais velhos.
Estima-se que até 75% das crianças, em algum momento da infância, tenham algum grau de prejuízo auditivo e 50 a 70% desenvolvam otite de repetição. Para diagnosticar adequadamente essa condição, é importante realizar avaliações auditivas periódicas.
Atraso nas habilidades motora
Atraso nas habilidades motoras em crianças com síndrome de Down é comum devido à hipotonia muscular. A flexibilidade excessiva, ligamentos frouxos e baixo tônus nos dedos e pulso podem dificultar a aquisição das habilidades escritas.
É frequente também dificuldades no processamento de informações sensoriais e na coordenação dos movimentos.
Memória auditiva
Dificuldades de fala e linguagem em jovens com trissomia do cromossomo 21 estão relacionadas a problemas na memória auditiva de curto prazo e habilidades de processamento. Introduzir palavras por meio da escrita pode ser eficaz para melhorar a fala, proporcionando um estímulo visual.
O déficit na memória auditiva de curto prazo pode tornar tarefas como ouvir histórias, participar de discussões em grupo, aprender vocabulário novo e copiar frases longas desafiadoras. Adaptações curriculares são importantes para atender às necessidades individuais desses alunos.
Transtorno do sono
Outro aspecto importante a ser considerado é o transtorno do sono, que pode afetar a atenção e o desempenho escolar. Alguns adolescentes com T21 podem ter apneia do sono e dificuldades em estabelecer rotinas de sono regulares, o que pode levar à sonolência durante as aulas.
Deficiência nutricional
A deficiência de ferro e vitamina B12 é comum em crianças com síndrome de Down e pode prejudicar o desempenho escolar. Esses nutrientes são essenciais para o desenvolvimento cognitivo e a saúde em geral. A falta dessas substâncias pode causar fadiga, falta de concentração e dificuldades de aprendizagem.
É importante garantir uma dieta equilibrada, com alimentos ricos em ferro e vitamina B12, e considerar suplementação quando necessário, sob orientação médica.
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