Dicas para potencializar o desenvolvimento neurológico do seu filho com Síndrome de Down
Postado em: 29/01/2024
Crianças com síndrome de Down (SD) possuem necessidades específicas em diversos aspectos de sua saúde. Possuem doenças orgânicas mais frequentemente que as demais, mas também tem um perfil de desenvolvimento e aquisição de habilidades que difere do mais comum observado em crianças que não possuem a síndrome. Ao cuidar da saúde destes indivíduos e de suas famílias, os profissionais que os acompanham precisam ter conhecimento das suas especificidades para, assim, promover um desenvolvimento saudável. Os cuidados ao longo da vida podem ser complexos devido a essas condições, sendo algumas bastante comuns entre os pequenos com trissomia do cromossomo 21.
Conheça as mais frequentes:
Hipotonia muscular: um termo clínico para tônus muscular fraco, que resulta em atraso motor em cerca de 80% dos bebês com SD. Requer programas de reabilitação e estímulo para alcançar os marcos do desenvolvimento de forma adequada. O diagnóstico é baseado em sintomas, histórico de saúde e exame neurológico.
Instabilidade nas primeiras vértebras cervicais: condição pode alterar e prejudicar os reflexos, afetando a marcha. É primordial realizar essa investigação em todas as crianças aos 4 e 10 anos e, principalmente, antes de realizar esportes de alto impacto, contato ou risco de queda.
Deficiência intelectual: a principal causa de déficit cognitivo na infância, provoca atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor e pode trazer dificuldades ao aprendizado escolar, principalmente se não for avaliada levando em consideração a individualidade do paciente. Suporte específico na escola e recursos diferenciados podem auxiliar o progresso.
Epilepsia: um distúrbio convulsivo, pode ocorrer em diferentes fases da vida. Pessoas com síndrome de Down têm maior probabilidade de serem diagnosticadas nos primeiros dois anos de vida ou após os 30 anos. Cerca de metade das pessoas com trissomia 21 desenvolve epilepsia após os 50 anos.
Transtorno do espectro autista (TEA): caracteriza-se por alterações nas funções do neurodesenvolvimento desde a primeira infância, afetando a comunicação, linguagem, interação social e comportamento. O termo “espectro” abrange diferentes aspectos, com variações na gravidade dos sintomas, divididos em três níveis: 1, 2 e 3, a depender da intensidade do suporte requerido.
Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): de acordo com o Ministério da Saúde, o TDAH é um transtorno neurobiológico de origem genética. Apresenta sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade, manifestando-se na infância e podendo persistir ao longo da vida.
Apneia obstrutiva do sono: estudos indicam que 53% a 76% das crianças com SD experimentam apneia do sono, uma condição rara na população em geral (menos de 4%). Hipotonia na boca e vias aéreas superiores, estreitamento das passagens aéreas, amígdalas e adenoides aumentadas, e uma língua relativamente grande contribuem para o problema. O tratamento inicial para a apneia do sono em crianças com síndrome de Down pode envolver a remoção das adenoides e/ou amígdalas.
Como estimular o desenvolvimento do bebê com síndrome de Down?
Algumas questões podem estar relacionadas a fatores físicos, como a hipotonia muscular, que pode deixar o bebê com síndrome de Down menos ativo e com maior flexibilidade nas articulações. Com o tempo, a criança superará esses desafios.
Durante os primeiros anos de vida, principalmente os seis meses iniciais, a fisioterapia é essencial para a estimulação precoce. Isso inclui orientar os pais sobre como posicionar a criança corretamente, tanto no colo quanto na cama, e fornecer estímulos sensoriais e motores para favorecer as habilidades do bebê.
É importante realizar exercícios e atividades sob a orientação de um fisioterapeuta, não apenas para integrar na rotina da criança, mas também para incentivar constantemente o desenvolvimento de suas habilidades.
Jogos com peças de encaixar, livros com diferentes texturas e tapetes de atividades são brincadeiras e passatempos divertidos que desafiam e estimulam os sentidos. Considere também atividades com rolos grandes, nas quais a criança possa escorregar o próprio corpo para aprender a engatinhar.
Terapia ocupacional
À medida que a criança cresce, o objetivo é promover sua independência em atividades de autocuidado, como alimentação e higiene, bem como aprimorar seu desempenho escolar. Isso envolve desenvolver habilidades motoras finas, como segurar um lápis, abotoar roupas, usar tesoura e realizar atividades semelhantes.
O terapeuta ocupacional trabalha em parceria com os pais, outros cuidadores e profissionais para maximizar o potencial da criança, oferecendo cuidados e estímulos adequados.
É fundamental consultar também um neuropediatra para diagnóstico preciso e tratamento apropriado quando houver alguma preocupação muito intensa em relação ao desenvolvimento ou alguma doença envolvida que esteja prejudicando a saúde da criança.
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