Qual a diferença entre vacinar no particular ou no SUS?
Postado em: 12/06/2023
Antes de falarmos sobre as diferenças entre as vacinas oferecidas pela rede privada e a pública, é importante ressaltar uma semelhança crucial: ambas são aprovadas pela Anvisa, garantindo segurança e eficácia.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas são responsáveis por evitar cerca de 3 milhões de mortes por ano no mundo, além de reduzir as chances de sequelas causadas por doenças. A prevenção de internações, diminuição da gravidade dos quadros e prevenção de surtos contribui significativamente para a melhoria da saúde de toda população.
No caso das vacinas do SUS, estas seguem as diretrizes do Programa Nacional de Imunização (PNI) e adotam a estratégia de saúde coletiva, levando em consideração as estatísticas de saúde da população dentro do orçamento brasileiro destinado à vacinação.
Cada país possui um calendário específico baseado nessa abordagem. Importante dizer que o calendário vacinal brasileiro oferecido pelo SUS é um dos mais completos no mundo, sendo exemplo para vários países, principalmente por possibilitar proteção para toda população sem custo.
As clínicas particulares seguem as recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) e levam em consideração a saúde individual de cada pessoa.
A importância do conhecimento e da informação sobre as diferenças entre as vacinas reside na possibilidade de tomar decisões conscientes. Alguns aspectos que podem variar entre elas são:
- Número de doses;
- Menor reação após aplicação de uma das vacinas (DTPa);
- Algumas das vacinas das clínicas particulares oferecem uma proteção maior do que as oferecidas pelo SUS
Menos dor e menos picadas
Ao comparar as opções de vacinação entre o SUS e a rede privada, é possível notar diferenças na cobertura de cepas em cada vacina. A vacina contra a gripe: na rede pública, está disponível a versão trivalente, que protege contra três mutações do vírus. Já na rede privada, além dessa opção, há a vacina quadrivalente, que oferece proteção contra quatro cepas do vírus da gripe.
Outro ponto de distinção é a reação da vacina DTPa (difteria, tétano, coqueluche) presente no composto da hexavalente. Ela costuma dar menos reação do que a pentavalente, que possui a DTP, disponibilizada pelo SUS, pois é composta por partes inteiras das bactérias.
Enquanto a pentavalente do SUS abrange cinco doenças (DTP – difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e a bactéria Haemophilus influenzae tipo B, responsável por meningite, septicemia e pneumonia), a hexavalente dada no particular abrange estas cinco mais a proteção contra a poliomielite. Importante dizer que no SUS, a poliomielite também é dada mas numa injeção separada.
A vacina pneumocócica oferecida pelo SUS é capaz de proteger contra a infecção gerada por até dez sorotipos da bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo), causadora de doenças que atingem o trato respiratório e o cérebro.
No entanto, nas clínicas particulares, é oferecida a vacina pneumocócica 13 valente, que protege contra 3 sorotipos a mais. Isso significa que os pais têm a opção de escolher entre a dose disponível nos postos de saúde, que já oferece uma cobertura de 70% dos tipos de pneumonia, ou optar pelo imunizante da rede privada, que é mais abrangente.
É importante destacar que as vacinas oferecidas pelo SUS são suficientes para atender às necessidades da população como um todo. A decisão de investir em vacinas privadas ou utilizar as vacinas públicas cabe a cada família, levando em conta a recomendação do pediatra em termos de proteção contra as enfermidades. É fundamental lembrar que o objetivo principal é garantir a imunização e proteção das crianças, independentemente da opção escolhida.
Vacinar no particular vs. rede pública de vacinação
Em termos econômicos, é inviável para a rede pública acompanhar a rede privada nesse aspecto, tanto no Brasil quanto no mundo. As vacinas mais avançadas e com maior potencial de proteção chegam primeiro à rede privada.
Na rede pública, são priorizadas as doses mais importantes. Por outro lado, não quer dizer que as vacinas da rede privada são desnecessárias.
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